Paz e união! Para você e sua família. Até perceber que sua família é desunida e que você não gosta de alguns membros dela. Ou se dá conta de que as pessoas que alegravam seu Natal moram longe ou já morreram. Perus e Chesters não passam de frangos sem gosto. A Coca Cola de três litros não coube na sua geladeira e teve que ser consumida quente e o pavê ficou molengo. Feliz Natal!
Sua mãe não acredita que o Especial do Roberto Carlos é uma reprise do especial de 2007 que, por sua vez, é uma reprise de 2006. Na TV a cabo, filmes sobre o Natal enfestaram todos os canais, enquanto você queria assistir temporadas antigas de Law & Order e F.R.I.EN.D.S. E por que diabos a Warner passa Senhor dos Anéis todo ano, no Natal? Paz na Terra!
No final das contas, você percebe que só recebeu mensagens de Natal em massa, não recebeu um abraço sincero sequer, não ganhou nenhum presente e não teve dinheiro para presentear as pessoas que gosta. Percebe que ultimamente anda tendo dias muito tristes que não deixam você ter, ao menos, uma única Noite Feliz.
Famílias desunidas, pessoas solteiras, filhos sem pais, netos sem avós, oceanos de distância, pessoas sem condições finaceiras para realizar uma ceia. O aniversário de Jesus Cristo não merecia ser tão triste. Mesmo assim, não custa nada desejar, mesmo que de maneira pouco sincera, Feliz Natal. Também não custa nada (fingir) acreditar que no próximo ano nosso Natal será melhor.
(*) Baseada em três histórias reais. Dedicada às pessoas envolvidas em duas dessas histórias. A terceira história é da autora.
