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Morri. Domingo passado. Durante (ou antes do, ou depois do, não sei!) o show do Faith No More. Causa mortis: realizar o sonho de ver a minha banda favorita ao vivo. A sensação de morrer por isso? Inexplicavelmente boa. A depressão pós-show, no entanto, dói. Muito!
Não vou postar aqui uma resenha do show. Não que eu não queira. Por mim, falaria desse show pelo resto da minha vida. Mas, primeiramente, o propósito deste blog não é esse. Em segundo, já postei um review gigante no Eu, Pop. Quem tiver paciência, por favor, leia.
Também não vou dizer que eu esperei aquele momento desde os meus 13 anos. Comecei a gostar de Faith No More em 1998, justamente na época em que a banda terminou. A volta do FNM era algo inconcebível, tão absurdo que os fãs nem se davam o trabalho de sonhar.
Eis que, numa noite fria de inverno, para ser mais exata, 17 de julho de 2009, dou de cara com um post do Andreas Kisser, no site do Yahoo! falando sobre a volta do Faith No More. Bloguei no Eu, Pop, claro. e ainda cantei uma bola, pedindo para eles passarem por aqui. Quinze dias depois, a turnê sulamericana seria confirmada. Brasil na rota. Belo Horizonte, inclusive.
Abri mão de pagar dívidas para garantir meu ingresso ainda no primeiro lote. Comprei assim que as vendas começaram. E, desde então, dediquei meu tempo entre tomar cuidado para não morrer e torcer para que o show não fosse cancelado.
Com o show, não tive apenas a oportunidade de ouvir uma boa música, mas uma boa música que fez parte da minha adolescência sem graça. Revisitei aquela menina de 13 anos, que se refugiava da solidão no conforto das pilhas de cd’s de finadas bandas que, para ela, eram “novas”. Que voltava do colégio feliz por ter aprendido (mesmo que cagado) o verbo to be: “agora posso traduzir as músicas que eu canto. Agora posso até acompanhar e letra pelo encarte”, pensava a menina, que tinha a música como única amiga.
A cada grito, a cada palavra cantada, a cada riff marcado, a cara mosh, a cada blusa de banda, a cada coro, eu via a menina. Ela não apenas continua sendo fã de Faith No More, como também continua bem aqui, dentro de mim. Na verdade, ela nunca deixou de existir. E felizmente (ou não) me acompanhará pelo resto da minha vida. Apesar de ter morrido naquele dia, aquela vivacidade brutal da menina de 13 anos me contagiou um bocado. Dei-me conta de que continuo sendo aquela menina sem graça e solitária de 11 anos atrás. Mas, por pelo menos 1h30, nem me lembrei de que sou assim.
Para a menina, mais música, por favor!