Estudantes medidos a besta gostam de indie rock, "sambinha de raiz" e mpb. "Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante são Chico e Caetano do século XXI", dizem alguns. Os universitários usam óculos grossos, um visual chique-desleixado, escrevem "mará" ao invés de "maravilhoso" e acham o Cansei de Ser Sexy uma banda mará. Além disso, vão ao cinema as quintas-feiras, pegam a sessão das 21h30 e assistem "Thofatt", um filme dirigido pelo cineasta iraniano Hussein Ali Hussaien Abu Mohammed. Ah, e coitado daquele aluno que chegou ao segundo período de faculdade sem ter devorarado todos os livros de Ítalo Calvino. Mas fato é que pelo menos a metade tem uma cabeça deste tamaninho assim ó.
Tem até uma piadinha escrita no verbete JORNALISTA, na desciclopédia, dizendo que 60% dos estudantes de jornalismo nunca entenderam o filme 2001: uma odisséia no espaço, mas mesmo assim, 100% afirmam que entenderam sim
O certo é que, quatro anos depois, todos se formam mais burros, porém mais tolerantes com os gostos menos cult de alguns colegas. Mas durante o curso, somos "obrigados" a assistir vídeos experimentais que não fazem sentido algum e mesmo assim, discutir em duas laudas sobre a estética do vídeo apresentado. Alguns são legais e bem feitos mesmo. Outros são apenas metidos à besta.
Tá, esse nariz de cera todo foi só para eu falar de um vídeo chamado Como Fazer um Curta-Metragem Experimental, Cult e Pseudo- Intelectual, divulgado hoje no Kibe Loco. O diretor do vídeo é Vitor Alli, estudante da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A produção ganhou o 1º lugar na cateogria "Trash" do Festival Universitário de Cinema e Vídeo de Curitiba.
O vídeo é um passo-a-passo de como fazer aqueles vídeos cult sem sentido que fazem sucesso em todas as mostras de cinema. Aqueles que você não entende, mas acha lindo mesmo assim. Assistam ao vídeo. É muitoooo engraçado.